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Este blog é uma ferramenta criada como atividade do curso de pós-graduação, em nível de especialização, do curso de Tecnologias da Informação e Comunicação na Educação (TIC-EDU) da FURG, que visa a postagem de reflexões sobre Educomunicação!

sábado, 7 de maio de 2011

Redes Sociais: um bem de consumo e socialização

Desde que o mundo é mundo o ser humano organiza-se em grupos. Em cada um destes grupos ocupa um papel social. Esse papel social que ocupa tem um significado para ele e para que os cercam. O conceito de socialização foi se modificando com o tempo e hoje, na Era Digital, é muito diferente dos primórdios da sociedade. Quando o homem começou a se comunicar, usava as pinturas e escrituras rupestres. Hoje a comunicação extrapola as linguagens verbais e visuais e flui de maneira muito natural na virtualidade.

Não há mais como contextualizarmos comunicação sem considerarmos as tecnologias, que por si próprias, criam conceitos e significados. Se nos remotos tempos socializar-se significava ter ações heróicas perante grupos, na sociedade moderna, a socialização passa diretamente pelos bens de consumo. Vivemos o momento do ter.

Este consumismo desenfreado imposto por uma publicidade agressiva, faz com que sejam criadas necessidades. O mundo da propaganda está atento aos avanços e faz com que os bens de consumo sejam fonte de desejo, sendo eles materiais ou até mesmo morais. Claro que estes desejos alcançam a idade adulta, porém na infância e juventude, são extravasados perante o grupo como forma de socialização. A escola aparece como o palco social mais interessante para expor-se. Entre os colegas há uma disputa implícita de popularidade e esta popularidade tem relação direta com o consumo. Em outras palavras, desde que surgiram as tecnologias elas disputam a atenção com o ser. Tal aluno parece mais “interessante” se possuiu (usamos aqui a ordem cronológica de lançamento), os walkmans, discmans, mp3, mp4, ipod, smartphone, netbook. Na hora do intervalo o proprietário de uma destas tecnologias compartilha, mostra, se exibe e tem muitos dos colegas ao lado como apreciadores o que lhe conferem popularidade. Essa necessidade de centro das atenções é muito presente no jovem que ainda delineia sua personalidade.

Mas além dos bens físicos em si, há os bens morais de consumo. A internet configura-se também como um produto a ser consumido e explorado, especialmente, as redes sociais que neste momento histórico, apresentam-se como meios de socialização e poder. Quem não tem Orkut hoje em dia, é como se não tivesse um walkman no início da década de 90. Estar cadastrado em uma rede social é tão importante quanto ter aquele tênis de uma marca em evidência. Enfim, as tecnologias avançaram, mas o conceito e razões de possuí-las são as mesmas, mas agora, com novas possibilidades.

A implicância na formação do cidadão/aluno é tão profunda que já resultou uma série de estudos. Schelp (2009) acredita que as redes e manutenção dos perfis nelas têm dois lados. “São bons ou ruins dependendo do que se faz com eles”. O jornalista defende ainda que os perfis podem ser comparado a um pequeno palco. E é neste palco que o ator social atual quer ser expressar e tem suas habilidades para tal, sejam através de vídeos, fotos, frases ou textos.

Enfim, são os novos valores atribuídos por uma sociedade digital e de consumo, onde continuam ausentes a criticidade e o alfabetismo crítica. Percebemos que as tecnologias e novidades chegam, sem pedir licença consomem seus alvos e não é dado nenhum alerta sobre isso, nem pelos pais, nem pelos professores. Então vem a pergunta? Onde tudo isso vai parar.

Preciso relatar três episódios que me chamaram a atenção esta semana. Em um deles, a entrevistadora americana de mais sucesso no país, Oprah Winfrey conversava com a atriz e escritora Shirley MacLaine sobre essa nova forma de comunicação com a juventude. Oprah questionou? Como se comunicam esses jovens que hoje não se olham nos olhos e só enviam torpedos ou mandam scarps? Shirley com sua sabedoria, respondeu-lhe que não sabe, mas que também valoriza o simples fato de que, erradamente ou não, as pessoas ao menos, estão se comunicando, expressando seus sentimentos.

Assistindo a entrevista de Marília Gabriela com Pedro Bial, quando ele explicava sobre o Big Brother, uma declaração me chamou muito a atenção. Bial disse: “A tragédia de Realengo é chocante porque envolve vidas, indivíduos, mas o maior massacre é do ensino público brasileiro, na qual faz todos os dias milhares de vítimas, mortas-vivas”. A frase forte, denota o quanto a instituição escola precisa de políticas de incentivo, o quanto o Brasil precisa desenvolver este segmento.

O terceiro episódio foi no domingo, quando uma amiga que tem três filhos me visitou e contou sobre o Natal passado. Com muito esforço ela foi a uma loja e comprou duas bonecas e um carrinho, para as duas filhas e filho respectivamente. Ela contou-me que eram brinquedos atrativos, modernos, e super caros que a obrigaram a fazer um crediário de 16 vezes. A menina de quatro anos amou a boneca, assim como o menino de dois anos o carrinho. Mas a de 7 anos, a deixou sem jeito frente a família toda. Ao abrir o presente, a menina não fez uma cara nada agradável, colocou a mão na cintura e respondeu à mãe: - Ah mãe, eu jurava que tu ia me dar um modem!.

Bom colegas...acho que essa história eu precisava compartilhar. Em que era estamos que uma boneca é menos interessante que um modem?!

Enfim, ela é claro que pertence a uma rede social e queria conversar com os amiguinhos. Mas creio que como tudo na vida é preciso mais atenção e limites, também nas redes sociais.

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